Makely Ka

Makely Ka come a própria música em seu disco de estréia “Autófago” é irreverente e intertextual, promovendo um diálogo aberto com grandes criadores da cultura popular brasileira. CD pode ser comprado ou baixado integralmente pela internet Toda guerra tem suas próprias leis, independentemente da Convenção de Genebra. É uma espécie de acordo tácito entre os combatentes no front, para guerrear com um mínimo de ordem e honra. Makely Ka não liga.
Militante da atual guerrilha cultural contra as grandes corporações, músico, poeta e compositor, ele vai além dos kamikases, terroristas, desertores e faz o inimaginável em seu disco de estréia: come a própria música. “Autófago”, gravado e lançado de forma independente pelo artista e ativista mineiro, desconstrói a sua própria autoralidade em um trabalho intertextual e irreverente. Makely Ka promove um diálogo aberto com toda uma tradição de criadores da cultura popular brasileira como Itamar Assumpção, Paulo Leminski, Jorge Mautner, Torquato Neto, Tom Zé, Waly Salomão e Jards Macalé. A base musical de violões, guitarras, baixo e bateria cede eventual espaço para a intervenção de pianos, sintetizadores, pífanos e percussão, em linguagem anárquica.
O trabalho é permeado ainda por vinhetas com trechos de falas de personagens tão díspares e curiosos quanto Glauber Rocha, Subcomandante Marcos, Maiakóvski e Hugo Chávez, formando um painel complexo e instigante de referências emaranhadas por citações de mitologia grega, astronomia e genética. Makely Ka retoma o vigor no fazer poético-musical brasileiro, ultimamente esquecido e negligenciado pelos grandes meios: “Carrego no peito uma bomba atômica pronta pra explodir o planeta, por isso não se meta”, ameaça. E para quem acha que ele está blefando, basta escutar os próximos versos de “Não se Meta”, a faixa 7. Compre ou Baixe “Autófago” pode ser comprado ou baixado integralmente pela internet. Através do site de Makely Ka (www.makelyka.com.br), os internautas podem fazer o download de todas músicas, além do encarte e toda arte gráfica para impressão, sem custo nenhum. O artista também disponibiliza seus livros em formato PDF para livre distribuição na rede. Makely Ka registra seus trabalhos com licenças Creative Commons de uso não-comercial.
Poeta, músico e agitador cultural de Minas Gerais, Makely Ka é um artista que atua em diversas frentes, incorporando à sua produção um componente crítico e reflexivo. Como compositor, está entre os mais gravados de sua geração, contando já com mais de quarenta canções registradas por intérpretes como Alda Rezende, Titane, Maísa Moura, Chico Saraiva, Elisa Paraíso, Kristoff Silva, Aline Calixto, Mariana Nunes, Júlia Ribas, Carol Sabóia, Estrela Leminski, entre outros. Além disso, dezenas de canções suas vêm sendo executadas em shows por nomes como Ná Ozzetti, Sílvia Klein, Zé Miguel Wisnik, Virgínia Rosa, Mário Sève, Luís Felipe Gama e Ana Luiza.
Em 2003, lançou “A Outra Cidade”, em parceria com Kristoff Silva e Pablo Castro e, em 2006, “Danaide”, com Maísa Moura. Também compõe frequentemente para cinema, dança e teatro.
Escreveu o livro “Ego Excêntrico” e é editor da “Revista de Autofagia”. Com esses trabalhos têm rodado o país participando de eventos como o Mercado Cultural (Salvador / 2005); o Festival Pré Amp (Recife / 2006) e a Feira da Música Independente (Fortaleza / 2006). Com notada atuação política na área da cultura, Makely Ka é fundador da Cooperativa da Música de Minas (COMUM) Foi representante de Minas Gerais no Fórum Permanente de Música na Câmara Setorial criada pelo Ministério da Cultura (2005) e no Fórum Nacional de Música na Cúpula Social do Mercosul (2006). Tem participado recentemente, como debatedor, do projeto “Rumos Itaú Cultural”, pelo Brasil.
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