Desconhecida do grande público, a cantora Rogéria Holtz vem conquistando espaço no cenário independente brasileiro com um trabalho consistente.A paulista, que vive na capital paranaense há 25 anos, onde já participou do Vocal Brasileirão (grupo mantido pela Fundação Cultural de Curitiba), dedicou todo novo registro a cantar músicas da amiga, a poetisa paranaense Alice Ruiz, compostas em parcerias com nomes como Itamar Assumpção, Arnaldo Antunes, Zé Miguel Wisnik, Zeca Baleiro e Alzira Espíndola, entre outros. Cantora e poeta se conheceram na Oficina de Música de 1995 e, desde então, trabalharam juntas em shows (como o "Balaio Brasil 2000") e até dividiram a autoria de algumas músicas. "O disco não é uma homenagem para Alice, mas o resultado de um trabalho", destacou Holtz.
A cantora arriscou-se a sofrer comparações ao escolher, para o repertório do seu CD, canções já conhecidas nas vozes de cantores brasileiros consagrados, como “Se Tudo Pode Acontecer” (Paulo Tatit/Arnaldo Antunes/Alice Ruiz/ João Bandeira), gravada por Adriana Calcanhotto; “Milágrimas” (Itamar Assumpção/Alice Ruiz), cantada por Zélia Duncan; e “Quase Nada” (Zeca Baleiro/Alice Ruiz), sucesso de Zeca Baleiro.
A mais revisitada do repertório, entretanto, é “Socorro”, gravada anteriormente por Cássia Eller, Arnaldo Antunes e Gal Costa. Foi ao ouvir a música na voz de Gal, que Rogéria decidiu-se pelas letras de Alice. Não foi pelo brilhantismo da interpretação. Rogéria queria reparar uma injustiça: quando Gal se apresentava na tevê, só quem recebia os créditos pela composição era o ex-titã autor da melodia.
As canções ganharam arranjo do produtor carioca Celso Fonseca, com quem Rogéria trabalhou em 2005, no projeto Pixinguinha. O disco, com 13 faixas, tem quatro inéditas que aparecem no final do disco. "Começo com as músicas mais conhecidas para prender o público", disse Rogéria, sobre o disco que foi gravado em Curitiba (voz e masterização) e no Rio de Janeiro (banda e mixagem).
A preocupação maior da cantora foi evitar que a confundissem com Ana Carolina, já que as vozes graves das duas guardam algumas semelhanças. Este é o segundo disco de Rogéria, o primeiro foi "Acorda", lançado em 2003.
A poetisa Alice Ruiz disse que desde que conheceu Rogéria Holtz ficou impressionada. "Ela não só tem um timbre especialíssimo, mas sabe o que fazer com ele, tem presença de palco, naturalidade e uma interpretação que privilegia a palavra, projeta a letra. Isso você não vê em qualquer cantora”, diz Alice.
Já para a cantora a forma coloquial da obra de Alice Ruiz é o que mais lhe agrada. "O texto da Alice é muito fácil de ser entendido não só nas músicas como nos poemas, tem uma linguagem popular e direta que me encanta", comentou Rogéria Holtz. Sobre as canções do repertório ela disse ser difícil escolher a preferida. "Você faz três filhos e vai dizer qual gosta mais? Com a música é a mesma coisa, todo repertório é como um filho, escolhido depois de muita pesquisa", finalizou.
F: Gisele Rossi - Gazeta do Povo Online
com informações da repórter Luciana Romagnolli - Gazeta do Povo
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01 mar 2009, 14:00 02:00 PM - Parque Tingui, Curitiba, Paraná -
NO PAÍS DE ALICE