Bando de María

Lugar comum é falar de banda, de suas influências e das reações que elas “sempre” causam em seu público. O Bando de María poderia muito bem cair nessa cilada se não fossem alguns aspectos realmente ímpares. Começa com o extravagante contraste de objetivo e formação, afinal trata-se de uma banda que pretende e toca forró, com extrema qualidade e criatividade, misturando influências de rock, blues, funk, jazz e samba, composta por cinco rapazes do interior paulista e uma argentina; isso mesmo, a vocalista é uma argentina que canta, dança e interpreta músicas com a força e um magnetismo especiais. Formado há 8 anos, vem despontando no cenário do forró paulista pela originalidade proveniente dessas características inusitadas. E não ficou apenas em seu estado natal, mas também nas diversas incursões por Bahia, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Espírito Santo, Barcelona, Montpellier e Punta Del Este, locais em que provocou a mesma repercussão. O CD de estréia, “Tiro de Bodoque”, de 2003, produzido por Tato (Falamansa), foi muito bem aceito. Na época, a formação da banda era a seguinte: María Paula Godoy (voz), Fabiano Mazzilli (guitarra, voz), Celso Rocha (baixo, voz), Jonas Virgulino (sanfona, voz), Fernando Silveira (percussão, voz) e Thiago Mazzilli (zabumba, voz). Composto praticamente com canções próprias, "Tiro de Bodoque" vem conseguindo uma respeitável vendagem, já tendo ultrapassado as dez mil unidades, número extraordinário para quem está fora da mídia e sobrevive das vendas em shows. Em 2004, João Della Vechia ocupou o lugar deixado por Celso Rocha. Em 2005, mais uma alteração: no lugar de Fabiano Mazzilli, juntou-se à banda o guitarrista Maú Santos. Com o lançamento do segundo CD, “O Bando de María” (2007), o grupo se mostrou mais maduro, mais seguro, mais ousado, não apenas nas composições como também nos arranjos. O tempo e a estrada possibilitaram abertura para novas influências, que resultaram em um trabalho mais eclético e inteligível para os que não freqüentam ou que não gostam tanto do forró, sem, ao mesmo tempo, perder a batida e cadência do ritmo. Um grupo, uma banda, um bando diferente - O Bando de María. Vale a pena conhecer, ver e ouvir.
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