Mona Gadelha

Inquieta, curiosa e sem preconceitos, Mona procura sempre novas texturas para suas canções. Os compositores que grava são aqueles que escrevem do jeito dela, permitindo que a cantora se "apodere" dos versos, como em "Ouvindo o Coração", um blues visceral de Edvaldo Santana e Gildo Passos, e "Duro", de Fernando Pereira.

Mona escolheu o Teatro Augusta (SP) para apresentar o repertório do segundo disco, acompanhada por uma banda de cinco integrantes, com direção musical de André Magalhães, cenário de Jessica e Rômulo Cavalcante e luz de Rodolfo Ribeiro. O show, com diferentes formações, já foi apresentado em São Paulo (Sesc Pompéia, Teatro Crowne Plaza, Centro Cultural São Paulo, Sesc Ipiranga, Sesc Baurú, em Presidente Prudente, entre outros) e, em grande estilo, no Centro Cultural Dragão do Mar, em Fortaleza, cidade natal da cantora, onde se apresentou ao ar livre para um público de três mil pessoas.

Fã dos escritores da geração beatnick, em alguns shows, a cantora mostra trechos de poemas de Claudio Willer, poeta, autor de traduções de Allen Ginsberg e um dos maiores representantes do movimento beat do país.

O disco "Cenas & Dramas", a exemplo do que ocorrera com o primeiro, foi elogiado pelos críticos Luís Antonio Giron, Carlos Calado, Marcelo Fróes, Vilmar Ledesma, Kiko Ferreira e Floriano Martins, entre outros. Algumas músicas, como "Mais um Romance", "Crepúsculo de uma Deusa", "Por Tudo o que For" (Lobão e Bernardo Vilhena) e "Ouvindo o Coração", hits em potencial, conseguiram entrar na programação de emissoras segmentadas.

A seguir um pouco da história da cantora, que foi a "musa dos roqueiros" na Fortaleza dos anos 70/80, responsável, juntamente com os cantores Lúcio Ricardo e Siegbert Franklin, também artista plástico e guitarrista, pela introdução do rock e do blues no cenário cearense. Esse fato é citado no livro "ABZ do Rock Brasileiro", de Marcelo Dolabela.

Mona estudou comunicação em Fortaleza, cidade onde nasceu. Começou cantando suas próprias canções em bandas de rock locais, como "Kaleidoscópio" e "Emoções Perigosas". Com esta última, chegou a gravar um single e excursionar pelo nordeste.

Terminada a faculdade, mudou-se para São Paulo no final de 85. Nessa época o jornalismo era sua atividade principal. Escreveu sobre moda, marketing, propaganda, turismo, negócios e informática. Mesmo com a música em segundo plano, conheceu os guitarristas paulistanos Sergio Cruz e João Alberto, que se tornaram seus parceiros.

Enquanto não voltava definitivamente para a música, em 94 praticamente largou o jornalismo e foi trabalhar como produtora executiva de discos para selos independentes. No ano seguinte resolveu produzir seu primeiro CD, juntamente com o guitarrista Alexandre Fontanetti, Vladimir Ganzerla (co-produção) e Rosely Lordello (produção executiva), lançado pela Gravadora Movieplay no final de 1996.

Bem recebido pela crítica, algumas faixas entraram na programação de rádios brasileiras (em São Paulo as músicas "Cinema Noir", "Imagine Nós" e "Cor de Sonho"; no Rio "Cinema Noir"; em Fortaleza "Cor de Sonho", "Blues Diário" e "Ingazeiras", e em Recife "Sete Vidas"). "Cinema Noir" (meu amigo Jack) apresentou Mona a São Paulo, sendo bastante tocada na Rádio Musical FM e entrando na coletânea "A Gema do Novo", lançado pela própria emissora. A cantora se apresentou em todo o circuito paulistano, no Rio (Teatro Sergio Porto e Hipódromo UP), Fortaleza, Belo Horizonte, Salvador, Recife, Curitiba,João Pessoa, Santos, Campinas, Baurú, Presidente Prudente, Sorocaba, São Carlos, entre outras.

Durante todo o ano de 97, até julho de 98, Mona percorreu várias cidades do país para mostrar suas canções nos shows de lançamento do primeiro CD, com influências de rock, blues e música popular brasileira.Também lançou o videoclipe da música "Cinema Noir" (dirigido por Fabiana Prado e Marcelo Timtim), exibido na MTV, no Canal 21, X Cine Ceará, TVC e em Tvs a cabo da Espanha, México e Portugal.

Em agosto de 98 entrou em estúdio para gravar seu segundo CD, produzido por André Magalhães (Aquilo Del Nisso), diretor do Estúdio Zabumba e Alvaro Faria (sócio do VU Studio). Recentemente teve a música "Crepúsculo de uma Deusa" incluída no disco "Pra Lua Tocar", da cantora Eliana Printes, que ficou entre as 10 mais tocadas em várias rádios do país, especialmente no Rio. Também já foi gravada pelas cantoras Ione Papas ("Cinema Noir"), Ana Torres ("Pessoas", em parceria com Flávio Paiva), Karla Karenina ("Cor de Sonho") e Lívia França ("Cor de Sonho").

Desde que voltou para a música, Mona vem conquistando admiradores de seu trabalho. Espalhados por todo o país, eles a "descobrem" na Internet, na execução de uma música no rádio, nos palcos por onde se apresenta, em publicações especializadas. São estas pessoas que fizeram com que a música "Duro" chegasse ao topo da parada pop do site Submarino.

Depois da temporada de shows em várias cidades do país para mostrar o repertório do "Cenas & Dramas", durante 1999 e 2001, com os músicos André Magalhães (bateria e programação musical), Marcelo Félix (baixo e vocais), Marcelo Watanabe (violão,guitarra, gaita e vocal) e Ricardo Cunha (guitarra), Mona fez uma pausa para escrever o perfil biográfico do escritor cearense "José de Alencar". Em seguida participou do Mercado Cultural da Bahia/Strictly Mundial 2001, onde começou o trabalho do selo e produtora Brazilbizz Music.

Participou do MIDEM, em Cannes, no stand brasileiro de selos independentes, e divulgou um novo single, "Quando Escurece" (autoria e produção de Alvaro Fernando) nas rádios de Paris.

Na volta, durante temporada em Fortaleza, participou do show de Paula Tesser e Valdo Aderaldo e gravou uma faixa no CD "Solo Feminino", do compositor Pingo de Fortaleza. Em agosto Mona se apresentou no Bardentreffen Festival, em Nüremberg, cantando para um público de mais de duas mil pessoas, acompanhada pelos músicos Alvaro Fernando (bateria e percussão), André Namur (baixo) e Sergio Zurawski (guitarra). Entre os 300 artistas que participaram deste grande evento, que toma conta de toda a cidade, Mona Gadelha foi citada pelo Jornal The Nurenberger como "a brasileira que encantou os alemães". Em Berlim, cantou na casa de música brasileira Taba, ao lado dos músicos Jabuti, Guilherme e Jorge.

Na temporada da Alemanha Mona concedeu entrevistas para vários jornais e rádios, que executaram suas músicas, como "Crepúsculo de uma Deusa", "O Amante" e "Duro" (esta de Fernando Pereira).
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